“ENTRE RAIOS DE FOGO E GIROS DE SOL”: VIDENTES DE APARIÇÕES MARIANAS E OS ESCRITOS DE MENSAGENS ANTICOMUNISTAS (BRASIL E PORTUGAL)
DOI:
https://doi.org/10.61303/07184727.v11i2.791Palabras clave:
aparições marianas, religiosidade, cultura política, anticomunismo, Brasil, Portugal.Resumen
As aparições marianas constituem um dos principais fenômenos do catolicismo. Trata-se de uma crença que perpassou os diferentes momentos do cristianismo e marcou a proliferação de registros escritos que legitimavam a formação de santuários, nos quais são elucidadas as memórias dos videntes, dos milagres da aparição e o teor das mensagens marianas. Este artigo tem como foco os registros mnemônicos sobre as mensagens marianas, ocorridas nos quatro primeiros decênios do século XX no Brasil e em Portugal. Desse modo, por meio dos inquéritos eclesiásticos e da escrita epistolar, elucidamos o teor anticomunista presente nas memórias acerca das aparições marianas de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal (1917), Nossa Senhora das Lágrimas de Sangue, em Campinas, Brasil (1930) e Nossa Senhora das Graças de Cimbres, Pernambuco, Brasil (1936). Com isso, enfatizaremos a trajetória das videntes (Lúcia, Amália e Adélia), que passaram a atuar em diferentes congregações religiosas e a propagação das ideias anticomunistas ao longo da primeira metade do século XX, principalmente, ao longo da década de 30, na qual Brasil e Portugal estavam sob a vigência dos respectivos governos denominados de “Estado Novo”. Neste sentido, torna-se possível compreender a constituição de uma cultura política devocional atrelada ao combate à expansão comunista e ao fortalecimento da União Soviética, na qual a formação dos novos santuários marianos passava a expressar o elemento de resistência.
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