Comunicação e cultura nas comunidades eclesiais de base (CEBS): um estudo de caso no centro-oeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.4067/S0718-47272021000100223Palavras-chave:
Cultura, Comunicação, CEBs, Bem Viver, BrasilResumo
Este artigo objetiva investigar a dimensão comunicacional das práticas culturais das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), vinculadas à Igreja Católica. A pesquisa, de caráter qualitativo, baseia-se em estudo de caso, via observação participante, referente a um encontro sobre o tema Juventude e Bem Viver,
realizado em maio de 2019 na cidade de Cuiabá, capital de Mato Grosso, Centro-Oeste do Brasil. A abordagem teórica se orienta pelo modelo de estudos da comunicação como cultura, tendo por marcos interdisciplinares comunicação
como “ciência do comum” e como “diálogo” e cultura enquanto “ciência interpretativa”. O artigo traz arcabouço conceitual e composição histórica das CEBs – desde a luta contra a ditadura no Brasil nos anos 1960 –, destaca suas
parcerias sociopolíticas e viabilização de pautas prioritárias. Descreve o funcionamento atual das CEBs a partir de práticas culturais produtoras de sentido e de valor simbólico. As conclusões apontam para uma indiscernibilidade entre comunicação e cultura, na medida em que as CEBs:
constituem um modo de ser pela convergência dos campos racional, lúdico, artístico, afetivo e espiritual; operam formas organizativas pautadas por múltiplos tipos de cooperação; e desenvolvem uma capacidade plástica de diálogo com entes religiosos e da sociedade em geral.
Downloads
Referências
Alcântara, L. S. & Sampaio, C. A. C. (2017). Bem Viver como paradigma de desenvolvimento: utopia ou alternativa possível? Desenvolvimento e Meio Ambiente,
Curitiba, 40(1). 231-251. Visitado em 13 de abril de 2020. Recuperado a partir de: <https://revistas.ufpr.br/made/article/view/48566/32108>.
Alves, L. M. A. (2008). Movimentos sociais em Mato Grosso: Desafios e conquistas (1974-1989). Cuiabá: EdUFMT.
Atos dos Apóstolos. (1992). In A Bíblia. São Paulo: Ave Maria.
Barbosa, J. D. de A. (2008). As Comunidades Eclesiais de Base – CEBs: nas décadas de oitenta e noventa em Cuiabá – Mato Grosso. Espaço popular de construção de cidadania? (Dissertação de mestrado em Educação). Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil.
Beozzo, José Oscar. (2012). “As CEBs e seus desafios hoje: um olhar sobre a conjuntura e a história”. In CEBs e os desafios do mundo contemporâneo (pp. 11-30). São Paulo: Paulus.
Betto, F. (1985). O que é Comunidade Eclesial de Base. São Paulo: Brasiliense.
Boff, C. (1984). Teologia Pé-no-chão. Petrópolis: Vozes.
Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM). (1968). Conclusões da Conferência de Medellín/1968. Texto oficial. São Paulo: Paulinas.
Delgado Molina, C. A. (2018). Modelos culturales de mujeres católicas de los activismos conservadores en Argentina. Revista Cultura & Religión, 12(2), 43-65. Visitado em 05 de abril de 2021. Recuperado a partir de https://www.revistaculturayreligion.cl/index.php/revistaculturayreligion/article/view/830
Diez, Mercedes de Budallés. (2012). “Um testemunho sobre a vida das CEBs no Centro-Oeste”. In CEBs e os desafios do mundo contemporâneo (pp. 119-134). São Paulo: Paulus.
Fonseca, J. (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC.
Garcés Marrero, R. (2019). La Santa Muerte en la Ciudad de México: devoción, vida cotidiana y espacio público. Revista Cultura & Religión, 13(2), 103-121. Visitado em 05 de abril de 2021. Recuperado a partir de https://www.revistaculturayreligion.cl/index.php/revistaculturayreligion/article/view/848
Geertz, C. (2017). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.
Gerhardt, T. & Silveira, D. (2009). Métodos de pesquisa. Porto Alegre: UFRGS.
Gohn, M. da G. (1995). Movimentos e lutas sociais na história do Brasil. São Paulo: Loyola.
Granados Valdéz, J. (2020). Estética de la alegría del sacrificio. Anacronismo de la modernidad. Revista Cultura & Religión, 14(1), 13-25. Visitado em 04 de abril de 2021. Recuperado a partir de https://www.revistaculturayreligion.cl/index.php/revistaculturayreligion/article/view/839
Gushiken, Y. (2006). “Dialogismo: Emergência do pensamento latino-americano em comunicação”. Comunicação, Mídia e Consumo, 3(8), 70-91. Visitado em 20 de setembro de 2020. Recuperado a partir de: <http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/81/82>.
Kornis, M. & Montalvão, S. (2009). Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). In Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro pós-1930. (Verbete). Rio de Janeiro: CPDOC/FGV. Visitado em 15 de julho de 2020. Recuperado de: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/conferencia-nacional-dos-bispos-do-brasil-cnbb>.
Leonardi, Y. A. (2020). La propuesta cultural de los Círculos Católicos de Obreros en la Argentina durante las primeras décadas del siglo XX. Revista Cultura & Religión, 14(2), 1-16. Visitado em 03 de abril de 2021. Recuperado a partir de https://www.revistaculturayreligion.cl/index.php/revistaculturayreligion/article/view/820
Lima, V. A. (1981). Comunicação e cultura: as ideias de Paulo Freire. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
Lima, V. A. (2001). Mídia: teoria e política. São Paulo: Perseu Abramo.
Marins, J. (2015). Fomos a um Concílio: a surpresa do Vaticano II. São Paulo: Paulus.
Menezes, D. H. L. (2010). CEBs e Redes de Comunidades: Abordagem teológico-pastoral a partir de Faustino Teixeira e do material dos Encontros Intereclesiais das CEBs. (Dissertação de mestrado em Teologia Sistemática). Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Minayo, Maria Cecília de Souza. (2002). “Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social”. In Pesquisa social: teoria, método e criatividade (pp. 9-29). Petrópolis: Vozes.
Orofino, F., Coutinho, S. & Rodrigues, S. (orgs. 2012). CEBs e os desafios do mundo contemporâneo. São Paulo: Paulus.
Queiroz, M. I. (1968). Sociologia – O Catolicismo Rústico no Brasil. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, (5), pp. 104-123. Visitado em 20 de junho de 2020. Recuperado de: http://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/45715/49311.
Ros Codoñer, J. (2018). Claves para una Sociología de la Experiencia Religiosa en el ámbito católico. Revista Cultura & Religión, 12(1), 54-74. Visitado em 03 de abril de 2021. Recuperado a partir de https://www.revistaculturayreligion.cl/index.php/revistaculturayreligion/article/view/805
Santos, I. M. F. (2006). Luta e perspectivas da Teologia da Libertação: o caso da Comunidade São João Batista, Vila Rica, São Paulo: 1980-2000. (Dissertação de mestrado em História), Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil.
Scherer-Warren, I. (2005). Redes de movimentos sociais. São Paulo: Loyola.
Sodré, M. (2014). A ciência do comum: Notas para o método comunicacional. Rio de Janeiro: Vozes.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Cultura & Religión
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores que publicam nesta revista aceitam as seguintes condições:
- Os autores mantêm os direitos de autor e concedem à revista o direito à primeira publicação da obra, que será simultaneamente licenciada nos termos da licença Creative Commons Attribution 4.0 International 4.0 (CC BY 4.0), que permite a terceiros a partilha da obra). com reconhecimento de autoria e publicação inicial do trabalho nesta revista.
- Os autores podem celebrar acordos contratuais adicionais separados para distribuição não exclusiva da versão publicada do trabalho na revista (por exemplo, publicá-lo em um repositório institucional, em seu site pessoal ou em um livro), com reconhecimento de sua assinatura inicial. publicação nesta revista.
- Os autores podem e são incentivados a divulgar a versão publicada de seu trabalho na Internet (por exemplo, em repositórios institucionais ou em sites) antes e durante o processo de submissão do manuscrito, pois isso poderá gerar trocas produtivas, para uma citação maior e mais rápida. do trabalho publicado.